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  • Após reunião da Copom, nesta quarta, o mercado prevê que a manutenção da Selic a 13,75% será última


  • Foram divulgados indicadores econômicos consolidando a previsão de que em agosto a taxa básica de juros começará a cair. Governo defende que o BC comece a baixar os juros.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em reunião nesta quarta-feira (21) para manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

A estimativa dos economistas das instituições financeiras é de uma taxa estável de 13,75% ao ano. Essa decisão deverá ser anunciada ainda hoje, por volta das 18h30.

O mercado financeiro, espera que essa seja a última reunião mantendo a taxa básica da economia no atual patamar.

A expectativa é que o BC inicie um ciclo de corte dos juros a partir do mês de agosto, quando a Selic recuaria para 13,50% ao ano.

A previsão dos analistas em relação aos juros era de que o início do processo de redução, pelo BC, ocorreria somente em setembro. A projeção do mercado financeiro para o fim de 2023 é de juro básico de 12,25% ao ano.

O mercado estará centrado no comunicado que irá ser divulgado após a reunião desta quarta e, também, na ata da reunião, que será divulgada na terça-feira da próxima semana.

Esses documentos irão detalhar o que foi discutido pelos diretores e presidente do BC na definição do juro.

Examinando os documentos do Copom, os analistas procuram pistas que confirmem sua percepção de queda dos juros em agosto - de acordo com as previsões.

Na última reunião realizada em maio, foi oficializado em ata a estimativa do BC que a pressão inflacionária era “elevada” e que as expectativas de inflação para os próximos anos seguiam "desancoradas" (acima das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional). 

A ata ainda abordava sobre a necessidade de "serenidade e paciência" na definição do juro para realizar o cumprimento das metas.

A instituição já estuda e projeta a meta do ano que vem. Isso  porque as mudanças que ocorrem na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para impactar sobre a economia.

Os economistas do mercado financeiro fizeram uma redução na estimativa de inflação deste ano, de 5,42% para 5,12% projetando uma inflação de 4% para 2024.

A meta de inflação estabelecida para o próximo ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), será de 3% e deverá ser considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

“Acreditamos que a comunicação será ajustada para incorporar a melhoria recente nas perspectivas de inflação. Ao mesmo tempo, como as projeções de inflação continuarão acima da meta, o comitê tende a manter a “guarda alta”, sem se comprometer com a próxima decisão", observação de economistas da XP.

Melhor cenário 

Indicadores que foram divulgados recentemente inspiraram o mercado financeiro a projetar, para agosto, o começo de cortes da taxa básica de juros.

  • O PIB do primeiro trimestre deste ano;
  •  e a inflação apresentada no mês de maio.

O crescimento do PIB de 1,9% no primeiro trimestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pela agropecuária, com alta de 21,6% no período.

A avaliação é de que há um cenário mais favorável para a queda dos juros.

"Por falar no PIB do 1º trimestre, a sua composição não poderia ser melhor para a política monetária [definição do juro para conter a inflação], pouca demanda e um choque positivo vindo de uma safra recorde, que já impacta a inflação corrente via preço dos alimentos", disse Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners.